O portal oficial da Câmara na internet levou ao ar uma ata, no mínimo, duvidosa. documento falseia a lista de presença em uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça. Anota-se no texto que a comissão reuniu-se às 11h53 de quinta-feira “com a presença” de 34 deputados. No entanto, havia em plenário apenas dois deputados: César Colnago (PSDB-ES) e Luiz Couto (PT-PB). Os outros 32 tinham apenas rubricado a lista. O regimento da Casa exige o mínimo de 31 deputados para que a CCJ possa deliberar.
Conforme noticiou “O Globo”, foram aprovados 118 projetos em três minutos. A ata, porém, omite a duração da sessão. Limita-se a registrar um resumo do que foi “deliberado”. As proposições foram reunidas em quatro blocos. Em um, passaram 38 novas concessões para a exploração de emissoras de rádio. Em outro, foram renovadas 65 concessões. Num terceiro, foram aprovados nove projetos de lei. No derradeiro, referendaram-se acordos internacionais.
Cada bloco correspondeu a uma encenação. Dirigindo-se ao ermo do plenário, Colnago dizia: “Os deputados que forem pela aprovação, a favor da votação, permaneçam como se encontram”. Na primeira fileira, Couto mantinha-se inerte. E Colnago: “Não havendo quem queira discutir, em votação. Aprovado”.
Após três minutos, ele encerrou a sessão. Voltando-se para Couto, que além de deputado é padre, Colnago, que fora auxiliar de sacristia quando menino, fez troça: “Um coroinha com um padre, podia dar o quê?”. Ouvido sobre o teatro, Colnago disse que as matérias eram de consenso e que o regimento da Casa prevê votação simbólica.
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