O Planalto teme que os projetos de transposição do Rio São Francisco e das ferrovias Transnordestina e Leste-Oeste, promessas de campanha, não sejam concluídos no atual governo. Uma série de pedidos de aditivos contratuais por parte das construtoras, dificuldades de licenciamento ambiental e falta de empenho de parceiros estratégicos, como governadores e prefeitos, estão sendo analisados pelo governo.
Os prejuízos podem ser percebidos bem antes de 2014, avaliam auxiliares da presidente. Até agora, em quase sete meses no poder, ela não conseguiu aproveitar a máquina de viagens para o sertão que o ex-presidente Lula deixou azeitada.
Como presidente, Dilma não fez visitas às cidades nordestinas que recebem as grandes obras. Ela esteve na região cinco vezes, para festas e solenidades fechadas. A única visita a uma cidade sertaneja ocorreu em fevereiro. A presidente esteve em Irecê, no semiárido baiano, para visitar uma feira de produtores rurais e participar de um evento em homenagem às mulheres. Os marqueteiros do Planalto estão assustados.
Observam que, até agora, a presidente se sustentou com a versão de que não vai para os grotões porque não gosta de palanque. Os resultados das obras, neste caso, são negativos. Na sexta-feira, Dilma teve longa conversa com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para discutir as pressões dos empreiteiros que tocam as obras no São Francisco.
O jornal Valor Econômico divulgou que a “enxurrada” de pedidos de aditivos dos empresários, apenas nesta obra, chega a R$ 700 milhões. Os atrasos nos canteiros da Transnordestina já ocorriam no governo Lula.
A ferrovia de 1.728 quilômetros de extensão, que ligará Eliseu Martins, no Piauí, ao porto de Pecém, no Ceará, deveria começar em 2007, mas só começou a sair do papel dois anos depois.
FONTE: TRIBUNA DA BAHIA
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