Catiane Magalhães
O ministro da Defesa, Celso Amorim, esteve ontem em Salvador para participar da entrega do primeiro de nove aviões de patrulha marítima à Base Aérea de Salvador. O P-3 AM Orion modernizado, fabricado há mais de 40 anos, foi completamente repaginado, com sensores, antenas, radares, além de um sistema eletrônico dos mais modernos do mundo para proporcionar um maior alcance nas atividades de detectar, localizar, identificar e, se necessário, afundar submarinos na costa brasileira. A aeronave foi batizada com banho de champagne antes de integrar a frota.
Com a aquisição, a Força Aérea Brasileira (FAB) equipara-se às principais potências do mundo na guerra antissubmarina. Além desta capacidade, o P-3 AM também carrega armamentos como os mísseis Harpoon, capazes de afundar navios de guerra muito além do alcance visual.
Chamado de ‘O guardião do Pré-Sal’, por atuar na patrulha da área de extração do petróleo da camada do pré-sal, no Oceano Atlântico, o avião acumula ainda outra função importante: a de fiscalizar todo o território marítimo do país, sendo um forte aliado do meio ambiente, no combate à pesca irregular e a poluição das águas por navios, que fazem o derrame de óleo no mar.
De acordo com o comandante da II Força Aérea, Brigadeiro do Ar José Alberto Mattos, além deste, outros dois aviões devem ser entregues à Base de Salvador até o final deste ano. Outros três integram à frota em 2012 e os três restantes em 2013, totalizando oito aeronaves operacionais e uma de treinamento.
Mattos ressalta que o avião é semelhante ao modelo Elétrica 2, que fazia o transporte civil de passageiros, em voos comerciais entre São Paulo e Rio de Janeiro, na década de 1960. A nova versão conta com uma mudança no “recheio”. Internamente, o P-3 AM, por exemplo, não tem poltronas, mas uma estação de combate. “Esta aeronave pode ser entendida como uma grande rede de computadores.
Por isso, assumirá um papel determinante nas missões de buscas e salvamentos”, disse, ressaltando que as buscas pelos destroços do voo 447 da Air France seriam ainda mais rápidas se a FAB já dispusesse do equipamento. O custo da aquisição está estimado em cerca de U$ 470 milhões, que, segundo o comandante, já inclui manutenção e treinamento. Cada aeronave tem capacidade para 16 horas de voo.
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