Uma condição rara de saúde obrigou o ex-técnico em
informática Phil Inkley, de 36 anos, a viver isolado numa floresta em
Hampshire, na Inglaterra. Celulares, redes Wi-Fi, antenas de telefonia e
micro-ondas são capazes de provocar náuseas, desmaios, sangramentos nasais e
dores de cabeça no britânico.
Inkley sofre de hipersensibilidade eletromagnética
(EHS, na sigla em inglês). O distúrbio, também chamado de alergia a tecnologia,
é considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Suportar a
vida moderna se tornou insuportável”, disse Inkley ao Daily Mail.
Há oito anos, ele teve que deixar o trabalho como
engenheiro de som. “Eu me tornei muito sensível.” Antes de mudar para floresta,
Inkley tentou exercer outra profissão – longe da tecnologia. Ele trabalhou na
empresa de paisagismo da família. Porém, os problemas persistiram.
“Perdi minha vida social, minha vida amorosa e meu
trabalho porque estou sempre doente e só consigo ficar em áreas com pouca
radiação”, afirmou. De acordo com o ex-técnico em informática, os problemas com
ondas eletromagnéticas começaram no dia em que ele consertou um computador
equipado com wireless.
“Sempre fui apaixonado por tecnologia e desde a
infância arrumava equipamentos. Mas depois que arrumei aquele computador, senti
dores fortes no peito.” Ele contou que decidiu mudar para a floresta após
passagem por Londres.
“Fui visitar amigos. Mas as ondas de celular e
antenas me causaram muita dor.” De volta a Hampshire, Inkley recolheu alguns
pertences e levou uma tenda para a floresta. “Foi a primeira vez que senti
alívio da dor provocada pela modernidade.”
Os médicos que cuidam do britânico suspeitam que as
ondas eletromagnéticas possam ter causado um tumor em seu cérebro. Porém, como
Inkley não pode fazer exames (radiografia), não há como confirmar o problema.
“Não é só a dor que me faz sofrer. A pior parte é perder meus amigos. Eu estou
vivendo em isolamento.”
Andrew Tresidder, médico da organização não
governamental ElectroSensitivity UK, listou os principais sintomas da EHS.
“Fadiga, dores de cabeça, confusão mental, zumbidos, náuseas, perturbações do
sono, dores nas articulações e nos dedos e arritmias.”
“O EHS não tem um diagnóstico e ainda não está
claro se ele representa um problema médico”, disse a cientista especialista em
radiação, Tahera Emilie van Deventer, chefe de um departamento criado pela OMS
em 1996 para pesquisar os efeitos de ondas eletromagnéticas no organismo
humano.
Até agora, não há evidências científicas de que
essas ondas provoquem algum dano direto à saúde. Mesmo assim, a OMS não nega
que há indivíduos, como Inkley, que se sentem mal ao entrar em contato com
aparelhos eletrônicos. O problema, de acordo com a agência, seria um distúrbio
psicológico e não físico ou químico do organismo.
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