sábado, 31 de dezembro de 2011

Educação 2011: Um ano que não deixa saudade






Apesar de ser considerada uma prioridade pelo segmento político e por setores da sociedade, a Educação no Brasil ainda não alcançou os patamares adequados de qualidade. O acesso está garantido na rede pública, mas os problemas permaneceram neste ano de 2011, como o da valorização dos professores (veja a resistência para a aplicação do Piso Salarial) e de mais recursos.
No Brasil, a Educação precisa dá o salto de qualidade. Foto: internet
No Brasil, a Educação precisa dá o salto de qualidade. Foto: internet
"A escola é para quem quer estudar, aprender. E não para insulto aos professores e direção".

Estamos chegando a mais um final de ano letivo nas redes de ensino do Brasil. Apesar dos governantes falarem de compromisso com a Educação, os problemas continuam, como o da desvalorização do professor, violência nas escolas, baixo nível de aprendizagem, pouco investimento e até punição à categoria que luta por seus direitos.

“Desequilíbrio”

Em Jequié, por exemplo, depois de uma severa perseguição aos professores - movida pela Secretaria de Educação e motivada pela greve no início do ano e por outros obscuros motivos -, não se cogita a melhoria física das escolas, do aparelhamento das mesmas para um bom desempenho educacional, do pagamento de salários dignos, da avaliação dos gestores para a adequada administração das unidades de ensino. Tudo isso mostra que há um desequilíbrio muito grande na gestão que ai está; pessoas sem condição nenhuma de ocuparem determinadas funções, mas ai estão por força da politicagem, do fisiologismo, do desrespeito aos cidadãos.

“Analfabetos funcionais”

E constatamos algo também grave que está acontecendo no interior dos colégios: o aprovacionismo gratuito. A promoção indevida. Alunos sem requisito algum de avançarem de série são passados de ano porque, segundo alegam, “exigem” que se faça isso. É vergonhoso. A escola assim não cumpre a sua função. Estamos condenando à eterna indigência esses alunos que progridem de série, mas que permanecem, na maioria das vezes, analfabetos funcionais. A coisa chega ao absurdo de professores aprovarem alunos que são desistentes.

“Hipocrisia institucionalizada”

É preciso uma reflexão séria, uma tomada de postura. Parece que tudo no Brasil que é para o povo não deve funcionar direito. E a escola está falida. Não se trata de defender reprovações em massa, mas de fazer com que o aluno aprenda e se ele não quiser aprender a escola não é o seu lugar. Precisamos acabar com esse paternalismo que existe no país de que a escola é para todos. A escola é para quem quer estudar, aprender, dar uma dignidade à sua vida. Ir para a escola para fazer baderna, insultar professores e direção, desrespeitar e agredir não deve ser tolerado. Mas infelizmente há uma hipocrisia institucionalizada dizendo que se deve dar uma atenção especial a essas pessoas. Concordo que todos, numa sociedade decente, devem merecer uma atenção especial: seja na saúde, na educação, nos serviços em geral; mas aceitar a marginalidade, a insubordinação, a delinquência no espaço de estudo e aprendizagem é conversa de quem talvez nunca tenha pisado o pé numa sala de aula.

“O grande filão”

Se essa mentalidade continuar, se a educação realmente não for tratada com seriedade, nunca o país galgará um lugar de destaque no cenário mundial. Seremos o país da bolsa escola, bolsa presidiário (porque ser bandido aqui gera dividendos), bolsa família, e etc. etc. E educação que é bom só para a classe média e a elite (que geralmente estuda fora do país). E o povo continuará a ser o grande filão dos políticos sem caráter, ética e moral.

Assim, graças a Deus que este ano está indo embora, e que o ano que se aproxima traga mais responsabilidade, dignidade e esperança para todos nós. Ou eu estarei mesmo sonhando?

- Por professor Antonio Nery - Atua nas redes estadual e municipal de ensino

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