quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Corrupção leva para a cadeia maioria dos vereadores do município de Mucurí


Prédio da Câmara de Mucurí. Até os dois vereadores que denunciaram o esquema estão com pedido de prisões preventivas

Oito pessoas envolvidas em um esquema de corrupção no município de Mucurí, no extremo Sul da Bahia, desarticulado semana passada, já estão presas, dentre as quais, seis dos nove vereadores do município. Na segunda-feira (26) o Ministério Público Estadual (MPE) pediu a prisão preventiva de mais dois vereadores Manoel Negino e Justina Souza Cruz e do ex-vereador Agripino Botelho. Três empresários, um deles vereador de Nova Viçosa, cidade vizinha a Mucuri, também estão presos preventivamente, por envolvimento no esquema. Todos os vereadores presos tiveram os cargos perdidos e a convocação dos suplentes deverá ocorrer mês que vem. A Casa está de recesso até 15 de fevereiro de 2012. Os vereadores Justina Souza Cruz e Manoel Negino denunciaram o esquema ao MPE, mas com as prisões de dois empresários no final de semana e a apreensão de documentos ficou provado, para o MPE, que eles também tiveram participação no caso. Outro que teve a prisão solicitada é o ex-vereador Agripino Botelho. Ele renunciou ao cargo em 6 de outubro deste ano e, segundo o MPE, participou da reunião que definiu como seria o pagamento da propina que os parlamentares ganhariam com a aprovação do Projeto de Lei 011/2011, de interesse de empresários.
O pivô do esquema de corrupção, foi o projeto que tem por objetivo ampliar os limites da área urbana do município. Os empresários Arlei Francisco Vercov, Alam Gomes Santos e Wilson Campos dos Santos, vereador em Nova Viçosa e preso na condição de sócio do Loteamento Caribe, procuraram os vereadores para dar R$ 5 mil e mais um terreno no valor entre R$ 15 mil e R$ 20 mil como propina. Segundo o promotor Pablo Almeida, eles disseram em depoimento que achavam normal pagar aos vereadores para aprovar o projeto. O interesse dos empresários no projeto se deu porque o loteamento deles está na zona rural do município e com a ampliação passaria a ser da zona urbana, o que o valoriza mais. O MPE constatou que, mesmo sem a aprovação do projeto, eles já tinham vendido 151 lotes, como se já estivessem em área urbana. A reunião que incrimina os vereadores e que foi filmada via celular pelo vereador Manoel Negino, ocorreu em 31 de setembro deste ano. A gravação está em posse do MPE.

Fonte: Jequié repórter

Nenhum comentário:

Postar um comentário