quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Os efeitos do crack em Ipiaú



O Brasil,conforme dados apontados pela pesquisa denominada Levantamento Nacional de Álcool e Drogas(Lenad) é o maior consumidor mundial de crack, a pedra apocalíptica, tendo já consumido pelo menos uma vez por 2,6 milhões de brasileiros.É algo realmente estarrecedor.Diante dessa realidade abrimos uma seqüência de matérias para situar a droga na região de Ipiaú, mostrando o flagelo que deixa em seu rastro e apontando possíveis soluções para o problema. Nem tudo está perdido, existe sempre uma esperança.
 A Pedra Apocalíptica                         
Apocalíptico, o crack estende seus tentáculos em toda a região sudeste da Bahia. As táticas adotadas pelos traficantes em Jequié e Ipiaú, as duas maiores cidades do médio Rio das Contas, resultam em dribles que a policia tem dificuldades para evitar. A utilização de “aviões” e o fracionamento da mercadoria, multiplicando os vendedores de pequenas quantidades, torna cada vez mais difícil as apreensões volumosas. Os que são presos mantém fidelidade à Lei do Silencio, pois sabem que dela depende a própria sobrevivência, o mesmo ocorrendo com os usuários.
Os chefões provincianos não perdoam nunca. Muitos deles ditam as ordens do interior dos cárceres, sobretudo do Presídio de Jequié, onde cumprem penas. Somente no ano passado,segundo informações obtidas junto a investigadores da Policia Civil, foram executadas em Jequié nada menos que  52 pessoas por envolvimento com o tráfico de drogas e neste ano de 2012 já são mais de 30 vitimas fatais. 
Ipiaú dispara como o grande centro regional distribuidor de crack. Estava com um morador desta localidade o maior carregamento da droga (40 Kg) aprendida recentemente. Ele trazia a mercadoria de São Paulo quando foi interceptado pela policia próximo ao local conhecido como Pé de Serra. Uma denúncia anônima contribuiu para o sucesso da operação. As cidades de Ubatã, Ubaitaba e Aurelino Leal seguem a mesma tendência. Dos 40 presos que se encontravam,  dia 20 de abril, no Xadrez do Complexo Policial de Ipiaú, 13 eram por tráfico de drogas,sobretudo do crack. Outro dado a ser considerado é a crescente presença de mulheres na rede da transação criminosa. Os usuários se multiplicam em quase todas faixas etárias, sendo a maioria jovens de 15 a 25 anos.
 Se “um jovem drogado é uma velho no fundo do poço”, o que dizer dos usuários idosos, senhores de 50,60 e até 70 anos. A reportagem constatou nas cidades onde desenvolveu a pesquisa que eles são muitos e engrossam as fileiras dos que estão à margem da sociedade e que perdem por completo as noções dos valores éticos e morais.
 “Se o fim dos tempos virá com sinais de fogo e epidemias, é bom começarmos a enxergar que o fogo que queima essa pedra também queima e destrói velozmente famílias, sonhos e o próprio futuro da humanidade”, alertou o Juiz de Direito, Onaldo Queirog.
 Mas nem tudo está perdido já que existe luz no fim do túnel. É o fio da esperança. Confira no próximo Box desta matéria, história de pessoas que conseguiram se libertar deste mal.
(Giro/José Américo Castro)

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