August 29th, 2011 | Author: Gidasio Silva.
- Por Professor Jorge Barros, presidente da Comissão de Mobilização Pró-UNERC
“Sonhos são gratuitos. Transformá-los em realidade tem um preço”, Ennis J. Gibbes.
“Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la”, Bertolt Brecht.
Uma das razões pelas quais os jequieenses devem lutar pela sua universidade independente (UNERC) é a perspectiva do desenvolvimento socioeconômico de Jequié e região. E, em se tratando de desenvolvimento socioeconômico, como se encontra esta cidade? Qualquer individuo - por mais simples que seja -, percebe um município com uma economia estagnada, sem perspectivas de crescimento, estabelecimentos tradicionais fechando suas portas, retração comercial, industrial e empresarial etc. Como uma simples prova disso, recordemo-nos do Supermercado GBarbosa que deveria ser instalado aqui em Jequié, mas isso não aconteceu - indo instalar-se em Vitória da Conquista.
“Ficando atrás”
De braços cruzados, acomodados, silenciados, todos nós presenciamos a perda de postos importantes para a economia local e da região, para outras cidades da Bahia. E Jequié, dia após dia, engrossam as estatísticas de desemprego para a sua população economicamente ativa, sobretudo a população jovem. Constantemente, presencia-se em nossos terminais rodoviários jequieenses partindo para outras cidades bem mais desenvolvidas em busca de um lugar no mercado de trabalho. São Paulo e Salvador estão entre as preferidas para emigração. Isso é uma vergonha para um município que no passado, mais precisamente na década de 40, alcançou o posto do terceiro maior do Estado da Bahia, ficando atrás apenas de Salvador e Feira de Santana. Nesses áureos tempos, Jequié servia até de entreposto, isto é, centro de exportação de bens de consumo (duráveis e não duráveis) para outras regiões do País.
“As conseqüências da falta de compromisso”
Com tanta falta de interesse e de compromisso do poder administrativo central em relação a essas questões, que futuro espera os jequieenses? Para a administração municipal, por que Jequié não está em primeiro lugar? Por que partidos políticos se digladiam em torno de cargos, enquanto a população jequieense sofre em conseqüência da alta taxa de desemprego? Em pleno Século XXI vivemos em uma cidade: que não tem sequer um shopping center; não tem um aeroporto decente que os seus filhos possam se orgulhar; não dispõe de um bom cinema para sua juventude se deleitar com boas obras cinematográficas; que tinha um Centro de Cultura que no passado era o segundo melhor espaço artístico da Bahia, mas atualmente já não é mais; que na década de 80, no prédio onde está instalado o Banco do Brasil, todas as suas dependências estavam a serviço deste Banco, mas atualmente, apenas poucas dependências estão a serviço do mesmo (sinal explícito de regressão econômica); onde o mais o tradicional rio que corta a cidade (Rio das Contas) exibe uma das formas mais crônica de putrefação e degradação; onde muitos jequieenses se deslocam a Vitória da Conquista e a outras cidades para comprar nos atacados e em outros estabelecimentos comerciais, posto que nesses comércios se encontram preços bem mais vantajosos e variedades de mercadorias etc.
“Vetores do desenvolvimento”
Quem já percorreu ruas do comércio das cidades de Vitoria da Conquista, Itabuna/Ilhéus e Feira de Santana - cidades que já têm a sua universidade estadual autônoma - pode estabelecer um paralelo entre o empreendedorismo comercial de cada uma delas com o nosso. Não se afirma aqui que o progresso econômico dessas cidades foi conquistado somente pelo fato dessas universidades serem implantadas nas mesmas, não! Outros vetores do desenvolvimento social e econômico contribuem para esse fim, e muito. Contudo, ressaltamos a grande importância da instalação de uma universidade estadual independente em um município. A UEFS, a UESC e a UESB (a UNEB é um caso a parte por sua sede localizar-se em Salvador), cada uma delas com um orçamento anual de dezenas e dezenas de milhões de reais (recursos para obras, compras, manutenção, investimento em pesquisas, pagamento de servidores e professores etc), funciona, não há dúvidas, como uma grande força para o desenvolvimento socioeconômico dos municípios de Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna e Vitória da Conquista. As provas são visíveis a olho nu.
Obs.: No capítulo 6, faremos mais comentários sobre Universidade e desenvolvimento sócioeconômico.
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