segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Governador de Mato Grosso é suspeito de compra irregular


Publicada: 29/08/2011 03:23| Atualizada: 28/08/2011 22:21

A Justiça Federal de Mato Grosso deu ordem de busca e apreensão de documentos em dois cartórios de Peixoto de Azevedo (MT) para investigar uma negociação de terras entre o governador do Estado e um cacique indígena.Silval Barbosa (PMDB) declarou que em 2009, quando ainda era vice-governador, comprou 4.225 hectares do cacique da etnia terena Cirênio Reginaldo Francisco.

A propriedade foi o mais valioso bem informado por Silval à Justiça Eleitoral em 2010: R$ 600 mil, equivalente a 30% de seu patrimônio. Em sua declaração, Silval diz que as terras foram adquiridas de Cirênio em parcelas.

Num vídeo em poder do Ministério Público Federal, o índio diz que jamais fez qualquer negócio com Silval: “Na dependência que nós estamos de dinheiro na nossa aldeia, se tivéssemos recebido R$ 600 mil nossa situação estaria muito melhor”, diz ele.

Segundo a Folha apurou, o vídeo foi feito por um jornalista no último dia 9 e entregue ao Ministério Público. No Cartório de Imóveis de Peixoto de Azevedo, a negociação está registrada no dia 29 de junho de 2009. Cirênio diz que só ficou sabendo do negócio em 2010, quando o TSE divulgou as listas de bens dos candidatos. “Fiquei surpreso. E não somente eu. Os comerciantes vieram nos cobrar (dívidas).”

No vídeo, Cirênio diz que tentou contato com o governador em janeiro deste ano. Em fevereiro, o mesmo cartório registrou um “distrato” de compra e venda, no qual o governador supostamente devolveu as terras ao índio.

“Não sei quem fez isso”, diz o índio”, que não reconhece suas assinaturas. As terras foram registradas em seu nome em 2003.

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