sábado, 14 de janeiro de 2012

Portador de necessidade especial dá exemplo de superação ao ser aprovado em vestibular


 Portador de necessidade especial dá exemplo de superação ao ser aprovado em vestibular
Pedro Augusto Santos Lima Figueiredo, 22, conseguiu andar pela primeira vez, ainda que com dificuldades, aos cinco anos de idade. O atraso acentuado – uma criança normalmente começa a andar até os dois anos – foi ocasionado pela falta de coordenação motora (que é a capacidade que a criança tem de dominar o corpo no espaço), determinada por um erro médico durante o seu nascimento. Além das barreiras impostas para qualquer indivíduo que carrega esse tipo de deficiência, o jovem também enfrentou entraves para estudar, entre eles, o do preconceito, o mais duro em sua opinião. “Sempre tive dificuldades e várias escolas não me aceitaram por não saber como trabalhar com pessoas deficientes, por preconceito”, contou, em entrevista ao Bahia Notícias. Como não consegue escrever, Pedro expõe ter passado por diversos constrangimentos para adquirir conhecimento. “Tinha que levar máquina de escrever, mas os colegas falavam que o barulho incomodava. Pedia que algum colega usasse carbono, mas eles diziam que manchavam os cadernos. Por isso, tive que me superar dia após dia. Aprendi a ser um ouvinte e, principalmente, a decorar”, explicou, ao ressaltar ainda a importância do apoio da família para a superação. No último domingo (7), Pedro recebeu uma notícia que ele classifica como resultado de um grande empreendimento, de um enorme esforço. O estudante foi aprovado no vestibular do curso de biocombustíveis do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), após realização de prova oral, em que superou diversos candidatos que não apresentavam nenhum tipo de dificuldade física e nem carregavam o peso de tantos anos de empecilhos. “Não importa o que você tenha, supere-se. Acredite. Nesse curso, por exemplo, vou tentar um laptop e gravador”, diz, com ar de felicidade, sem se preocupar com o que outras pessoas irão pensar. “Gostaria de gritar por todas as pessoas que sofrem pelo preconceito, despreparo da infraestrutura como um todo. Frisar o despreparo das instituições públicas, e fazer um apelo para melhor capacitação dos profissionais ligados a educação nesse país, dizer que precisamos ter acessibilidade, nas escolas, nos órgãos públicos. Muitos, como eu, possuem um bom potencial, porém poucos têm a oportunidade”, salienta.

Fonte: BN

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