Roberta Cerqueira REPÓRTER
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A Baía de Todos os Santos (BTS) completa hoje 510 anos desde a sua descoberta, porém, além do fato de estar entre as mais belas baías do mundo e ser a maior do Atlântico Sul, não há muito o que comemorar. “São quinhentos anos de ocupação de uma área frágil com ecossistemas importantes que sofrem as consequências da implantação de empresas poluentes”, destaca Cristina Seixas, promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo Baía de Todos os Santos do Ministério Público Estadual.
De acordo com a promotora, as indústrias utilizam os recursos ambientais e degradam a qualidade da baía através da emissão de poluidores não apenas na atmosfera como diretamente em suas águas. “O que se observa é que durante muito tempo a exploração da baía ficou muito aquém de um planejamento ambiental e econômico”, reforça.
O desenvolvimento sustentável da BTS foi tema de um encontro promovido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema), em parceria com o Rotary Club Baía de Todos os Santos e a Associação Comercial da Bahia, apoio da iniciativa privada e órgãos não governamentais. O evento aconteceu, ontem, durante todo o dia, na Federação das Indústrias da Bahia (Fieb).
O seminário “Baía de Todos os Santos: hoje e sempre” contou ainda com participação de representantes das Secretarias da Indústria Comércio e Mineração e do Turismo, além de Ongs situadas às margens da BTS.
A promotora destaca que o mau uso deste recurso natural traz sérios danos para a vida das pessoas que moram em áreas mais próximas das indústrias e vivem da pesca e do extrativismo naquela região. E aponta que as principais consequências são a contaminação por metais pesados, a redução da pesca na área da baía e a perda da cultura e tradição dessas comunidades.
“É preciso, urgentemente, de um plano de ação, um zoneamento econômico e ecológico, um plano de manejo da APA (Área de Preservação Ambiental) para se buscar garantir a proteção do que restou”, diz.
São grandes desafios, segundo Seixas, e o principal deles é a elaboração e aplicação deste plano que servirá como limitador de diversas atividades naquela área, além da redução de carga poluente, “protegendo as comunidades que querem viver da pesca e garantindo a qualidade do ar e da baía para o ecossistema”, acrescenta. Um trabalho realizado pelo NBTS pretende avaliar o nível de contaminação das águas da baía e a qualidade do ar. O estudo deve sair em seis meses.
O diretor do Rotary Baía de Todos os Santos e da Associação Comercial da Bahia, Eduardo Athayde, acredita que o Rotary, com mais de um milhão de associados no mundo, pode contribuir no sentindo de atrair articuladores e potenciais investidores, especialmente de São Francisco, na Califórnia, onde há um trabalho de preservação e desenvolvimento econômico sustentável da Baía do São Francisco.
“Nosso foco principal é a criação da agência de gestão da Baía de Todos os Santos nos moldes de outras agências que já existem em outras cidades do mundo, unindo governo, iniciativa privada e sociedade civil organizada com intuito de definir um plano de ação conjunta”, diz.
De acordo com José Pondé Junior, diretor de política de planejamento ambiental da Sema, o Estado sozinho não tem como agir: “É preciso a união da Sema, com Ministério Público, sociedade civil, Ongs, enfim. Todos juntos, podemos fazer alguma coisa".
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