segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Mísseis na Turquia podem justificar intervenção militar na Síria




Conflito na Síria já dura vários meses. Foto: agências
Conflito na Síria já dura vários meses. Foto: agências
A decisão da Turquia de instalar mísseis na fronteira com a Síria preocupam políticos e analistas, que preveem a possibilidade de uma guerra entre ambos países que justifique uma intervenção militar.
No julgamento do ativista político Yazan Abdallah, se o conflito se intensifica, abriria as portas a uma provável intervenção militar, justificada por uma suposta crise humanitária.
Países da União Europeia, em especial Grã-Bretanha e França, defendem esse tipo de intervenção, ainda que a escala limitada, destacou Abdallah em uma entrevista da rede televisiva Russia Today.
O deslocamento de centenas de milhares de cidadãos sírios para Turquia pelo conflito que vive o país, serviria como pretexto para alegar uma crise humanitária, assinalou.
No entanto, disse, o mais provável é que a situação derive em uma guerra sem quartel, prolongada, a fim de desgastar a Síria antes do início de uma intervenção repentina.
Aqueles que promovem uma guerra contra Damasco sabem muito bem que tal ação desencadearia uma resposta do lado sírio, o que, por sua vez, poderia destapar um caos na região, analisou.
Ao mesmo tempo jogou por terra o argumento esgrimido por Ancara de que os mísseis têm um caráter defensivo. Que precisam para se defender? Turquia tem um exército e pode ser protegida de supostos ataques com morteiros do lado sírio, por exemplo, explicou.
Isto é claramente uma intervenção a grande escala, na qual querem assegurar a possibilidade de uma zona de exclusão aérea, insistiu.
A pedido do governo do premiê turco Recep Tayyip Erdogan, baterias de mísseis Patriot começarão a chegar ao país euro-asiático na metade de dezembro, reportaram recentemente fontes diplomáticas.
Os três países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que dispõem desses mísseis, Estados Unidos, Alemanha e Holanda, estão dispostos a transferi-los a Turquia, asseguraram.
Damasco qualificou a solicitação como uma "ação provocadora" que tenta confundir à opinião pública turca com a existência de um eventual perigo procedente de Síria, declarou a Chancelaria da nação levantina, na sexta-feira (23).
O chanceler russo, Serguei Lavrov, advertiu, ainda na sexta, que o estabelecimento dos projéteis incrementa o perigo de instabilidade no Oriente Médio, e indicou que abordará esta questão com o secretário geral da OTAN nas próximas horas.
Fonte: Prensa Latina

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