CONVERSA COM O GOVERNADOR

Edmundo Filho:
Alô você que nos acompanha na capital e no interior. Muito obrigado pela atenção! Eu sou Edmundo Filho e esta é mais uma edição de nosso encontro semanal com o governador Jaques Wagner.

Edmundo:
Governador Jaques Wagner, é com alegria que voltamos a conversar. Tudo bem, governador?

Governador Jaques Wagner:
Tudo bem, Edmundo. O prazer é meu de conversa com você e com todos vocês que nos acompanham em mais esse Conversa com o Governador.

Edmundo:
Governador, nesta terça-feira se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, Nessa aspecto, é importante destacar que a Bahia avançou bastante, não é verdade?

Wagner:
É verdade. A Bahia criou a Secretaria da Promoção da Igualdade, lançamos a campanha do Novembro Negro, esse já é o sexto ano. Esse ano fizemos o Festival das Culturas Negras, com a apresentação de pessoas, inclusive, de outros Países que vieram aqui. E já temos 62 municípios que fazem parte do Fórum de Gestores Municipais de Promoção da Igualdade Racial. Portanto, essa é uma luta de todos nós. É a luta contra qualquer tipo de discriminação, e, particularmente, a luta contra o racismo. E nesse sentido, nós temos feito ações, editais, com o aporte de mais de R$ 8 milhões desde 2009, criamos o Carnaval Ouro Negro, destacando exatamente os blocos afros, os afoxés, ou seja, todos aqueles cuja matriz é a matriz da cultura africana. Aumentamos muito o turismo negro étnico dos Estados Unidos aqui para a Bahia, valorizamos todas essas manifestações, a baiana do acarajé, a capoeira, a própria festa da Boa Morte, ou seja, aqui me cabe uma saudação muito calorosa a todos aqueles que militam na luta contra o racismo, e é público que o nosso governo, o próprio governador, é um atuante. Eu que batizei inclusive o Espaço Cultural da Câmara dos Deputados de Espaço Cultural Zumbi dos Palmares. Esse é um governo que tem compromisso com essa luta de combate ao racismo, como na luta do combate a qualquer tipo de discriminação.

Edmundo:
Governador, falando agora de desenvolvimento sustentável, a semana começou com uma boa notícia: a concessão, pelo Ibama, da liberação da licença prévia do Porto Sul, em Ilhéus...

Wagner:
Olha, sem dúvida, essa foi uma conquista do nosso governo, da iniciativa privada que também sonha com um novo porto ao norte de Ilhéus. Nós trabalhamos muito, adotamos o caminho correto: o da negociação, da mediação, da busca do entendimento, saindo sempre dos extremos, porque na democracia os extremistas nunca nos ajudam, e buscamos um caminho para viabilizar a nossa Ferrovia Oeste/Leste, viabilizar o Porto Sul que recebe essa ferrovia, garantindo a preservação do meio ambiente. Tiramos o primeiro projeto de um ponto para outro mais ao sul, exatamente para ter um impacto ambiental menor, e eu tenho certeza de que toda a região de Ilhéus, Itabuna, reconhece que esse trabalho – aliás foi dito isso pelo próprio presidente do Ibama e pela ministra do Meio Ambiente, que esse processo aqui foi muito enriquecedor. Conseguimos evoluir o projeto, baratear o projeto e fazer aquilo que eu digo que é a palavra-chave da democracia no século XXI: um ponto de equilíbrio entre a necessidade de desenvolver um novo porto, uma nova ferrovia e a necessidade, evidentemente, de preservar o meio ambiente.

Edmundo:
O senhor falou antes em entendimento e equilíbrio. Foram esses os tons da audiência de conciliação do STF - Supremo Tribunal Federal, que tratou de uma ação em torno da disputa dos limites territoriais da Bahia com outros Estados?

Wagner:
Olha, primeiro, eu tive junto com outros governadores na presença do ministro Luis Fucs, do Supremo Tribunal, e realmente ele é o relator da ação que corre sobre a questão de limite, e ele fez o que todo o bom julgado faz: antes de dar a sua sentença, chamou as partes na tentativa de mediação. Então, eu creio que o diálogo com os governadores foi muito positivo. Espero que a gente consiga garantir o nosso território baiano, por isso, Minas Gerais já saiu do conflito. Piauí esta sendo tratado à parte. E no caso da Bahia, os dois Estados que mais temos problemas são Tocantins e Goiás. E nós teremos reuniões já esta semana e na próxima com as equipes de Tocantins e de Goiás, e eu espero que se evolua, não necessariamente para uma solução final até o dia 13 de dezembro, quando ficou marcada a próxima reunião. É claro eu essa ação foi dada início em 1986 e eu tomo conta dela desde que cheguei ao governo, e a gente agora está com a nossa equipe defendendo, é claro, os interesses do oeste baiano, o interesse dos baianos, e a integridade do território baiano como a gente conhece a nossa Bahia.

Edmundo:
E a Bahia foi contemplada também com recursos para investimentos do programa federal Mais Irrigação, governador, lançado na semana passada...

Wagner:
Olha, tanto foi contemplada que eu fui escolhido, e me deu muito orgulho para falar em nome de todos os governadores. Esse é um programa arrojado, são R$ 3 bilhões do dinheiro público, R$ 7 bilhões da iniciativa privada que serão investidos em perímetros irrigados. A grande novidade, Edmundo, é que pela primeira vez a presidenta Dilma admitiu a hipótese de parceria público privada, que é uma forma mais moderna, mais ágil, de concretizar o perímetro irrigado. Nós aqui, que viemos no semiárido, e dependemos muito de irrigação, temos o perímetro do Baixio de Irecê e do Salitre, que estão aí também para entrarem nesse processo de liberação para a produção. E o mundo inteiro sabe que quem quer produzir alimentos, principalmente em regiões como a nossa, que tem o clima do semiárido, dependem de desenvolver tecnologia, e principalmente tecnologia de irrigação. Essa foi uma notícia boa, sinaliza mais emprego, mais investimento, mais produção de alimentos, e, portanto, o barateamento também desses alimentos.

Edmundo:
Governador Jaques Wagner, mais uma vez obrigado pela atenção, e até o nosso próximo encontro. Um abraço.

Wagner:
Obrigado a você Edmundo, obrigado a vocês que nos acompanharam. Uma boa semana a todos, e até a semana que vem, com mais um Conversa com o Governador