O aumento do dólar, que chegou ao patamar de R$2, traz benefícios para os
exportadores baianos e estrangeiros que visitam o país. Em contrapartida, essa alta
é prejudicial para aqueles que precisam comprar usando como referência a moeda
americana. Uma análise sobre quem é afetado negativamente com a variação do
valor do dólar é o tema desta semana do programa de rádio “Encontro com
Gabrielli”, que na semana anterior avaliou os setores beneficiados por esta
alta.
Na lista dos prejudicados estão aqueles que vão viajar para fora do Brasil e
também quem vai comprar uma máquina para sua fazenda, indústria ou escritório,
a qual é produzida no exterior, pois o produto ficará mais caro. “Se você tem
que comprar produtos que estão cotados em dólar, o volume de reais que você tem
que desembolsar é maior, portanto, eles ficam mais caros em reais, ainda que em
dólar eles tenham o mesmo preço”, explica o secretário do Planejamento, José
Sergio Gabrielli.
A Bahia, assim como o Brasil, importa muitos produtos, especialmente os usados
na produção de outros produtos, como nafta para a indústria petroquímica,
minério de cobre, automóveis, fertilizantes, cacau, trigo, petróleo e
derivados. Esses produtos juntos representam cerca de 62% das compras baianas
no exterior. “Esses produtos vão ficar mais caros, pois toda cadeia produtiva
do produto final que nós consumimos aumenta de valor e, portanto, os custos vão
pressionar os preços do produto final na Bahia e no Brasil. O dólar mais alto
afeta a cadeia produtiva que usa produtos importados e vai acabar afetando a
inflação e o custo de vida no estado”, vaticina o secretário.
De janeiro a abril deste ano, a Bahia importou US$ 2,6 bilhões, o que
representou 25% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior. No mesmo
intervalo, o crescimento das exportações ficou em 17%. “Nós vínhamos, antes do dólar superar os R$2,
importando crescentemente mais e exportando crescentemente menos. Isto
significa, portanto, que o desequilíbrio da balança comercial estava
aumentando. E agora espera-se que isso tenda a se reduzir”, esclarece o
secretário.
TURISMO – Se, por um lado, para o turista brasileiro que vai para o
exterior a situação não é favorável, por outro, para os estrangeiros, que têm
renda em dólar, a elevação do valor da moeda é positivo. Afinal, com a mesma
renda, ele pode gastar mais nos hotéis, com alimentação e comprando produtos
locais. Em 2011, a Bahia recebeu mais de 500 mil turistas estrangeiros e a
expectativa é que este número aumento com o dólar mais caro. “A vinda de
turistas aumenta e, provavelmente, isso vai impactar positivamente a economia
baiana”, prevê Gabrielli.
O secretário do Planejamento conclui que “se você é um importador ou potencial
turista que vai viajar para o exterior, o dólar acima de R$2 é ruim. Mas se
você tem reservas em dólar, quer viabilizar um negocio com um sócio estrangeiro
ou está querendo passar suas férias no Brasil, o dólar a R$2 é bom”.
ENCONTRO COM GABRIELLI – O conteúdo do programa de rádio semanal
“Encontro com Gabrielli” está disponível para download no site da Secretaria do
Planejamento (www.seplan.ba.gov.br),
podendo ser veiculado gratuitamente nas rádios ou postado em sites e blogs.
Contatos e sugestões para o programa podem ser feitos através do e-mail encontrocomgabrielli@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário