Estado cede e firma acordo para operação do metrô 1

Lílian Machado REPÓRTER



Após demonstrarem divergências referentes à viabilidade da operação da linha 1 do metrô (Lapa – Rótula do Abacaxi) para este ano, Estado e município chegaram a um acordo ontem.



Representantes dos dois poderes concluíram que existe a possibilidade de colocar em funcionamento os 6 km da linha 1 já no próximo semestre, por meio de uma operação assistida. Até o início da semana prevalecia a incógnita quanto à operação da linha que vem sendo construída há 13 anos.



Há quem diga que a dificuldade colocada até então pelo governo estaria atrelada à questão eleitoral, com um suposto temor do PT de que a inauguração do sistema este ano pudesse alavancar o nome de João Leão (PP), pré-candidato do prefeito João Henrique (PP) ao Thomé de Souza.



Em suas andanças por Brasília, o progressista disse ter tentado buscar recursos para que o governo sustentasse o sistema enquanto não houvesse tarifação.



Ontem, o governador Jaques Wagner (PT), o secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), e o vice-prefeito Edvaldo Brito (PTB) acertaram que a complementação da linha 1, com 12 km de extensão, entre a Lapa e Pirajá, será incluída no projeto de implantação da linha 2.



A segunda deve ligar o Acesso Norte (Rótula do Abacaxi), em Salvador, ao município de Lauro de Freitas, passando pela Avenida Paralela, através de Parceria Público-Privada (PPP). Será assinado um termo de cooperação entre Estado e prefeitura, documento que servirá de referência para o edital da PPP.



Os líderes deixaram claro que haverá uma comunhão de esforços nas esferas do governo estadual e federal, em acordo com a prefeitura de Salvador. Através da operação assistida, vai ser possível colocar em atividade o trecho do metrô já concluído, entre a Lapa e o Acesso Norte.



Para isso, o governo baiano irá buscar R$ 32 milhões junto à União a fim de possibilitar a entrada em operação do tramo 1, realizar a revisão dos vagões e a manutenção do sistema.



“Conseguimos fechar todos os pontos para viabilizar o edital”, ressaltou o secretário Rui Costa. Segundo ele, a expectativa é de que o edital ainda seja colocado em consulta pública este mês e no próximo seja lançada a licitação. Ele também enfatizou que a construção do tramo 2, que ligará o Acesso Norte a Pirajá, será prioritária.



Na Paralela, a perspectiva de integração ao sistema que estará em funcionamento deve ocorrer após as estações ficarem prontas.



O secretário destacou que existe uma meta em torno do avanço na construção do metrô na avenida de maior circulação de veículos da capital. Segundo ele, pelo menos até a Copa de 2014, algumas estações na Paralela já devem estar em funcionamento. A escolha pelo processo de PPP foi defendida pelo titular de Wagner.



“Vai dar celeridade à execução, assim como vem ocorrendo com a Arena Fonte Nova, cujas obras caminham em ritmo acelerado”.



O consórcio vencedor da PPP, que construirá o metrô, segundo Costa, também será o responsável pela operacionalização de todo o sistema.



O vice-prefeito comemorou o entendimento com o governo sobre o assunto que gerou. “A participação do governo é fundamental para pôr o tramo 1 em operação assistida”. Para ele, as tratativas têm sido feitas dentro da comissão de mobilidade e têm o respaldo do prefeito João Henrique.

Publicada: 09/05/2012 00: