segunda-feira, 14 de maio de 2012

Burocratas cruéis



Política em Sergipe -







ADIBERTO DE SOUZA





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Muitos flagelados pensaram que, ao vir a Aracaju anunciar ajuda para os atingidos pela forte seca, a presidente Dilma Rousseff (PT) teria autorizado a imediata liberação de recursos e que estes já estavam sendo usados para amenizar o flagelo.



Ledo engano. 17 dias após as promessas feitas pela petista, e até agora os sertanejos não viram a cor de um único centavo do dinheiro anunciado. Prova disso é que o governador Marcelo Déda (PT) segue nesta quarta-feira (9) à Brasília para saber quanto e quando a ‘grana' prometida será liberada.



Dependesse exclusivamente dessa ajuda, muita gente já teria morrido de fome e sede. Aliás, estes são problemas que não afetam os burocratas de Brasília que, encastelados em gabinetes refrigerados e bebendo água mineral paga pelo contribuinte, enxergam as vítimas da seca como meros números estatísticos. Quem sabe, o dinheiro que dona Dilma prometeu chegue a tempo de socorrer os sertanejos na próxima seca.



Fraudes



O governador Marcelo Déda (PT) vai se reunir nesta quarta-feira (9) em Brasília com o comando da Defesa Civil nacional para pedir a implantação imediata dos novos modelos de carros-pipa e nova frota. Também solicitará a implementação de medidas visando inibir as fraudes no programa de fornecimento d'água aos flagelados da seca. Em outras palavras, parte dos recursos para matar a sede dos sertanejos está sumindo pelo ralo da corrupção. Uma lástima!



Não mentiu



A coluna acusa recebimento de e-mail do vereador e pastor Jony Marcos (PRB). Ele lamenta ter sido acusado de plagiar um projeto da Prefeitura de Ubá (MG) sobre a regulamentação dos ciclomotores. O parlamentar aracajuano diz que analisou várias proposituras sobre o tema objetivando fundamentar o seu, porém não fez cópia como denunciou o vereador Danilo Segundo (PSB). "Sinto-me ofendido como pastor, vereador, pai de família e cidadão", reclama Jony. Ô, Danilo, faça isso não, rapaz!



Petição de miséria



É miserável a situação de grande parte das delegacias policiais do interior sergipano. Pelo menos é o que revela levantamento feito entre março e abril passado pela Associação dos Delegados. A entidade revela que em sete municípios não existe um único policial civil, e a nova delegacia de Simão Dias, que deveria ter sido inaugurada em junho do ano passado, permanece fechada. A pior situação foi verificada em Santa Luzia do Itanhy, onde o delegado despacha num posto de saúde. Que horror!



Invocados



E os deputados da oposição ficaram injuriados com as últimas declarações do governador Marcelo Déda. Ele prometeu denunciar, no tempo certo, "os acordos bancários que existiam no passado, dos empréstimos que faziam e dos contratos na Secretaria da Saúde". Os mais revoltados com as ameaças do petistas são os deputados Venâncio Fonseca (PP), Susana Azevedo (PSC) e Augusto Bezerra (DEM).



Festa de arromba



O DEM quer fazer uma festa de arromba para o lançamentos das pré-candidaturas a prefeito de João Alves Filho (Aracaju) e Augusto Bezerra (Socorro). Segundo publica a colega Rita Oliveira, Augusto está seguindo à Brasília para convidar senadores e deputados federais para a festança, que deverá acontecer no plenário da Assembleia. Não tivesse deixado o DEM, era bem capaz de o senador Demóstenes Torres aparecer por aqui.



Não assusta



O prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) acredita que seu grupo político vencerá as eleições em Aracaju. Ele reconhece que a disputa será acirrada, pois a oposição tem um pré-candidato muito forte. "Respeito muito a candidatura do doutor João Alves Filho (DEM), contudo ele não é imbatível e, por isso, não tenho medo dela", afirma o comunista.



Do baú político



Os famosos cabarés de Aracaju surgiram com a derrubada do Morro do Bomfim para a construção da antiga estação rodoviária. Como no local existiam as casas de prostituição, o governador Leandro Maciel (UDN) permitiu que fossem abertas outras no centro da capital, nas imediações dos mercados. Logo apareceram, entre outros, o Xangai, La Bamba, Bossa Dois, Bela Vista e o Mira-Mar. Este último tinha as melhores mulheres, realizava grandes shows musicais e era frequentado por políticos, empresários, fazendeiros e os filhos da burguesia. "Um prefeito do interior mandava seu motorista, com o carro oficial, apanhar uma das minhas meninas e levá-la para a sua fazenda", conta Tonho do Mira no livro "Oxente! Essa é a nossa gente", de Osmário Santos. E o que provocou a derrocada dos grandes cabarés aracajuanos? Segundo Tonho, foi o golpe militar de 1964: "Os homens alegaram que aquilo ia de encontro aos bons costumes da população e que os cabarés eram um obstáculo às moças donzelas que precisavam se casar. Pressionado, o governo mandou fechar as casas finas e acabou a alegria das noites aracajuanas", queixou-se Tonho do Mira.



Adiberto de Souza é editor do site Destaque Notícias

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